
"O Mundo é Minha Paróquia" (John Wesley)
OS SINAIS QUE DISTINGUEM VERDADEIRAS EMOÇÕES ESPIRITUAIS - Parte 3
17/07/2012 15:07Continuação:
9. As emoções espirituais verdadeiras diferem das falsas, na promoção de um espírito de amor, humildade, paz, perdão e compaixão à semelhança de Cristo
Todos os verdadeiros discípulos de Cristo têm este espírito neles. É o espírito que os domina e possui de tal forma que é seu caráter próprio e verdadeiro. Cristo torna isso claro no Sermão do Monte, quando descreve o caráter daqueles que são verdadeiramente abençoados: "Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mat. 5:5,7,9). O apóstolo Paulo nos diz que este espírito é o caráter especial dos eleitos de Deus: "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente" (Col 3:12-13). Tiago ensina a mesma coisa: "Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja, amargura e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá do alto, é principalmente pura; depois pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos" (Tg. 3:14-17).
A santidade, em todos os seus aspectos, faz parte do caráter cristão. Mesmo assim, existem certos aspectos da santidade que merecem o nome de "cristã" de modo especial, pois refletem os atributos divinos particularmente demonstrados por Deus e Cristo ao redimirem os pecadores. As qualidades que tenho em mente são humildade, brandura, amor, clemência e misericórdia.
As Escrituras apontam particularmente essas qualidades no caráter de Cristo. "Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração" (Mat. 11:29). Essas qualidades sobressaem naquele título de Cristo "o Cordeiro". O Grande Pastor de ovelhas é, Ele mesmo um cordeiro, e chama aos crentes Suas ovelhas. "Apascenta os meus cordeiros" (Jo. 21:15). "Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos" (Luc. 10:3). Os cristãos seguem a Cristo como o Cordeiro. "São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá" (Apoc. 14:4). Se seguimos o Cordeiro de Deus, devemos imitar sua mansidão e humildade.
As Escrituras salientam as mesmas qualidades no símbolo da pomba. Quando o Espírito Santo desceu sobre Cristo em Seu batismo, desceu sobre Ele como uma pomba. A pomba é um símbolo de mansidão, inocência, amor e paz. O mesmo Espírito que desceu sobre o Cabeça da Igreja desce também sobre seus membros. "Enviou Deus aos nossos corações o Espírito de Seu Filho" (Gal. 4:6). "E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rom. 8:9). "Há somente um corpo em um Espírito" (Ef. 4:4). Segue-se que os verdadeiros cristãos exibirão as mesmas qualidades da pomba, de mansidão, paz e amor que caracterizaram Jesus.
Posso ouvir alguém discordando nesse ponto e perguntando: "E a ousadia cristã, e ser denodado por Cristo, e sermos bons soldados da guerra cristã, tomando posição contra os inimigos de Cristo e Seu povo?"
De fato, existe o que chamamos de coragem e ousadia cristã. Os cristãos mais destacados são os maiores guerreiros e têm um espírito valente e intrépido. É nosso dever como cristãos sermos vigorosos e resolutos na oposição daqueles que tentam derrubar o reino de Cristo e a causa de Seu evangelho. Contudo, muitos interpretam mal a natureza dessa ousadia cristã. Não é uma ferocidade brutal. A ousadia cristã consiste em duas coisas: (i) dominar e suprimir emoções malévolas da mente; (ii) seguir e agir resolutamente baseado nas boas emoções da mente, sem ser perturbado por medo pecaminoso e hostilidade dos inimigos. Embora essa ousadia apareça na oposição a nossos inimigos exteriores, ela aparece muito mais na resistência e conquista dos inimigos dentro de nós. A coragem e decisão do soldado cristão aparecem em sua forma mais gloriosa quando ele mantém calma, humildade e amor santos contra todas as tormentas e injúrias, todos os comportamentos estranhos e eventos perturbadores de um mundo mau e irrazoável. "Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade" (Prov. 16:32).
Há uma falsa intrepidez por Cristo que surge do orgulho. E da natureza do orgulho espiritual querer se destacar dos outros; assim, muitas vezes os homens se opõem àqueles a quem chamam "carnais" simplesmente para ganhar a admiração dos outros. A verdadeira ousadia por Cristo, entretanto, eleva o crente acima do desagrado tanto de amigos como de inimigos; o crente prefere ofender a quem quer que seja, a ofender a Cristo. De fato, a intrepidez por Cristo aparece com mais clareza quando um homem está pronto a perder a admiração dos seus amigos do que quando se opõe aos inimigos com os seus amigos apoiando-o. O cristão verdadeiramente intrépido é corajoso o suficiente para confessar um erro a seus inimigos, se a sua consciência assim o requerer. Fazer isso exige mais coragem do que se opor ferozmente aos inimigos!
Deixem-me dizer algo sobre o espírito cristão do modo como aparece nessas três formas - perdão, amor e misericórdia. As Escrituras são bem claras sobre a necessidade absoluta dessas qualidades no caráter de todo cristão.
Um espírito perdoador resulta na prontidão em perdoar os outros do prejuízo que nos causam. Cristo ensina que se temos esse espírito, é um sinal de estarmos nós mesmos num estado de perdão. Por outro lado, se não temos esse espírito, é sinal que Deus não nos perdoou. "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores... Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas), tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mat. 6:12, 14-15).
As Escrituras são muito claras a respeito de que todos os cristãos verdadeiros têm um espírito amorável. Sobre qualquer outra, esta é a qualidade em que as Escrituras mais insistem como um sinal do verdadeiro cristianismo. "O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim com eu vos amei" (Jo. 15:12). "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (Jo. 13:35). "Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor" (I Jo. 4:7-8). "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, seria como bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé ao ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada seria" (I Cor. 13:1-2).
As Escrituras também são claras que aqueles que têm um espírito misericordioso são verdadeiros cristãos. Um espírito misericordioso é uma disposição para a piedade e ajuda aos outros homens quando estão em necessidade ou sofrendo. "O justo, porém, se compadece e dá" (Sal. 37:21). "O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado" (Prov. 14:31). "E, se um irmão ou irmã estiverem carecidos de roupa, e necessitados de alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhe disser: ide em paz, aquecei-vos, e fartai-vos, sem, contudo, lhes dardes o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?" (Tg. 2:15-16).
Não me interpretem mal. Não quero dizer que não haja nada contrário ao espírito que descrevi acima quanto ao verdadeiro cristão. O cristão não é totalmente sem pecado. Mesmo assim, digo que sempre que o verdadeiro cristianismo estiver funcionando, terá essa tendência e promoverá esse espírito. As Escrituras não conhecem coisa alguma de verdadeiros cristãos que tenham espírito egoísta, raivoso, briguento. Não importa quais possam ser as experiências religiosas de uma pessoa, ela não tem direito de se pensar verdadeiramente convertida se seu espírito estiver sob o controle de amargor e rancor. Todos os cristãos verdadeiros estão sob o governo do espírito tipo-cordeiro, tipo-pomba de Jesus Cristo. Todas as emoções espirituais verdadeiras nutrem esse espírito.
10. As verdadeiras emoções espirituais enternecem o coração e existem juntamente com uma ternura do espírito cristão
Emoções falsas podem parecer que derretem o coração por um tempo, porém no fim endurecem-no. As pessoas sob a influência de emoções falsas, eventualmente se tornam menos preocupadas com seus pecados - seus pecados passados, presentes e futuros. Prestam menos atenção às advertências da Palavra de Deus e ao castigo de Sua providência. Tornam-se mais descuidados com o estado de suas almas e o modo de seu comportamento. Diminuem seu discernimento sobre o que é pecaminoso e tornam-se menos temerosos com a aparência do mal naquilo que dizem e fazem. Por quê? Porque têm uma opinião tão elevada sobre si mesmos. Tiveram impressões e experiências religiosas; por isso pensam estar seguros. Quando estavam sob a convicção do pecado e medo do inferno, podem ter sido muito conscienciosos de seus deveres religiosos e morais. Entretanto, agora que pensam não estar mais em perigo do inferno, começam a abandonar o auto-controle e permitem a si mesmos entregar-se a suas várias luxúrias.
Tais pessoas não aceitam a Cristo como seu Salvador do pecado. Confiam nEle como o Salvador de seus pecados! Pensam que Cristo lhes permitirá tranqüilidade em seus pecados, e os protegerá do desagrado de Deus. Judas fala dessas pessoas como "certos indivíduos se introduziram com dissimulação... que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus" (Jud. 4). O próprio Deus nos alerta a respeito desse erro: "Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, não me virão à memória todas as suas justiças, mas na sua iniqüidade, que pratica, ele morrerá" (Ez. 33:13).
As verdadeiras emoções espirituais têm um efeito oposto. Fazem do coração de pedra cada vez mais um coração de carne. Tornam o coração sensível como carne ferida que é facilmente machucada. Cristo indica essa sensibilidade ao falar do verdadeiro cristão como uma criança (Mat. 10:42 e 18:3; Jo. 13:33). A carne de uma criancinha é tenra, assim como o coração de uma pessoa recém--nascida espiritualmente. Não só a carne, mas a mente de uma criancinha também é delicada; ela sente simpatia facilmente e não pode ver outros em dificuldades. O mesmo ocorre com um cristão. A bondade conquista facilmente a afeição de uma criancinha; assim é com um cristão. A criança se assusta facilmente com a aparência exterior do mal; da mesma forma, um cristão se alarma com a aparência do mal moral. Quando uma criancinha encontra qualquer coisa ameaçadora, não confia em sua própria força, mas corre para seus pais; do mesmo modo, um cristão não tem auto-confiança para lutar com inimigos espirituais, porém corre para Cristo. Uma criancinha suspeita facilmente de perigo no escuro, quando sozinha ou longe de casa. De modo semelhante um cristão se apercebe dos perigos espirituais e se preocupa com a sua alma quando não pode ver claramente o caminho diante dele; teme ser deixado só e a alguma distância de Deus. Uma criança facilmente teme os mais velhos, teme sua ira e treme frente a suas ameaças. Do mesmo modo, um cristão teme ofender a Deus e treme diante do castigo de Deus.
De todos esses modos, um verdadeiro cristão se assemelha a uma criancinha. Nas coisas espirituais, o santo mais amadurecido e mais forte é a menor e a mais sensível das crianças.
11. As verdadeiras emoções espirituais, ao contrário dai falsas, têm simetria e equilíbrio belíssimos
A simetria das virtudes cristãs não é perfeita nesta vida. Mui las vezes é imperfeita pela falta de ensinamento, erros de julgamento, 0 poder do temperamento natural e muitos outros fatores. Mesmo assim, os verdadeiros cristãos nunca demonstram aquela grotesca falta de equilíbrio que marca a religião dos hipócritas.
Deixem-me dar um exemplo especial do que quero dizer. No verdadeiro cristão, alegria e conforto convivem com tristeza piedosa e lamentação pelo pecado. Nunca sentimos nenhuma tristeza piedosa até que nos tornemos novas criaturas em Cristo, e um dos sinais do verdadeiro cristão é que detesta e continua a detestar o pecado, "Bem--aventurados os que choram porque serão consolados" (Mat. 5:4). A alegria da salvação e uma piedosa tristeza pelo pecado andam juntas na verdadeira religião. Por outro lado, muitos hipócritas se regozijam sem se abalarem.
Hipócritas também demonstram uma grotesca falta de equilíbrio em suas atitudes frente a pessoas e objetos diferentes. Tomem por exemplo o modo como manifestam o amor. Alguns fazem um grande espetáculo do seu amor por Deus e Cristo, mas são briguentos, invejosos, vingativos e caluniadores em relação aos outros homens. Isso é pura hipocrisia! "Se alguém disser: amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê" (I Jo. 4:20). Por outro lado, existem alguns que parecem muito calorosos, amigáveis e ajudadores dos homens - todavia não têm qualquer amor por Deus!
De novo, existem pessoas que amam àqueles que concordam com eles, e os admiram, porém não têm tempo para aqueles que se opõem e se antipatizam contra eles. O amor do cristão deve ser universal! "Para que vos torneis filhos do vosso Pai celestial, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?" (Mat. 5:45-6).
Algumas pessoas mostram amor pelos outros em respeito a suas necessidades corporais, entretanto, não têm amor por suas almas. Outras fingem ter um grande amor pelas almas dos homens, mas não têm compaixão por seus corpos. (Fazer uma grande demonstração de piedade e angústia pelas almas muitas vezes não custa nada; para mostrar misericórdia pelos corpos dos homens temos que nos separar de nosso dinheiro!). O verdadeiro amor cristão abrange tanto as almas como os corpos de nossos vizinhos. A compaixão de Cristo era assim, como vemos em Marcos 6:34-44. Sua compaixão pelas almas das pessoas movia-0 a ensiná-las e Sua compaixão pelos seus corpos movia-O a alimentá-los pelo milagre dos cinco pãezinhos e dois peixes.
Percebe-se por tudo isto o que tenho em mente quando digo que a falsa religião é desequilibrada e desprovida de simetria. Podemos ver esta falta de equilíbrio de muitos outros modos. Alguns, por exemplo, ficam muito agitados sobre os pecados dos outros cristãos, no entanto não parecem muito preocupados com seus próprios pecados. Um verdadeiro cristão, entretanto, fica mais preocupado com seus próprios pecados do que com os pecados dos outros. É claro que ficará transtornado quando outros cristãos pecarem, mas é sempre mais rápido em detectar e condenar os seus próprios pecados. Existem aqueles que mostram um zelo pela liderança espiritual, porém sem o zelo correspondente pela oração. Outros sentem emoções religiosas quentes quando em companhia dos cristãos, contudo tornam-se frios na solidão, etc.
12. As verdadeiras emoções espirituais produzem um desejo por santidade mais profunda, diferentemente das emoções falsas as quais se satisfazem em si mesmas
Quanto mais um verdadeiro cristão ama a Deus, mais deseja amá-10 e mais inquieto fica por sua falta de amor por Ele. Quanto mais um verdadeiro cristão odeia o pecado, mais deseja odiá-lo e se desagrada por ainda o amar tanto. No máximo, os cristãos têm nesta vida um antegozo de sua futura glória. O crente mais destacado é somente uma criança comparado com o que será no céu. É por isso que os mais altos graus de santidade alcançados pelos crentes neste mundo não extinguem seu desejo por obter santidade ainda maior. De fato, tornam-se mais ávidos a seguir em frente: "Uma coisa faço: esquecendo--me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento" (Fil. 3:13-15).
Alguns podem contra-argumentar: "Como pode esse empenho incessante ser consistente com a satisfação trazida pelo prazer espiritual?" Não há inconsistência nisso. O prazer espiritual satisfaz a alma no que diz respeito a:
(i) O prazer espiritual é perfeitamente adaptado à natureza e às necessidades da alma humana. A pessoa que tem esse prazer nunca se cansa dele. É a alegria mais profunda e ela nunca a trocaria por qualquer outra; isso não significa, entretanto, que uma pessoa ao experimentar algum prazer espiritual não deseje mais do mesmo prazer.
(ii) O prazer espiritual responde às nossas expectativas; grande desejo produz grande expectativa. Quando recebemos alguma alegria mundana que desejamos muito, ela muitas vezes nos desaponta, no entanto, isso não ocorre com os prazeres espirituais! Sempre estão de acordo com nossas expectativas.
(iii) O prazer espiritual satisfaz a alma até o limite em que é capaz de receber satisfação. Mesmo assim, há espaço para a capacidade da alma expandir-se infinitamente. Se não estivermos satisfeitos espiritualmente na medida como poderíamos ser, o erro é nosso. Não estamos abrindo nossa boca o suficiente.
O prazer espiritual, então, satisfaz de fato a alma nesses aspectos. Ele vem de encontro às nossas necessidades mais profundas; está de acordo com nossas expectativas e nos enche de acordo com nossa capacidade a receber. Tudo isso é perfeitamente coerente com estar sempre sedento por mais, até que nosso prazer se torne perfeito.
As alegrias da religião falsa são diferentes. Quando convicto de pecado e temeroso do inferno, a pessoa pode desejar luz espiritual, fé em Cristo, amor por Deus. Quando experiências falsas levam-no a pensar que está salvo, contenta-se com isso. A pessoa não deseja mais graça e santidade, especialmente se suas experiências tiverem sido muito impressionantes. Não vive para Deus e Cristo no presente, mas vive em dependência de sua conversão no passado.
O verdadeiro cristão é totalmente diferente. Está constantemente procurando a Deus. De fato, "Aqueles que buscam a Deus" é uma das formas em que a Bíblia descreve os verdadeiros crentes. "Vejam isso os aflitos, e se alegrem: quanto a vós outros que buscais a Deus, que o vosso coração reviva" (Sal. 69:32). "Folguem e em ti se rejubilem todos os que te buscam" (Sal. 70:4). As Escrituras delineiam a procura e a diligência do cristão como algo que ocorre principalmente depois de sua conversão. As Escrituras estão tratando daqueles que já são cristãos, quando fala sobre correr a corrida, lutar com principados e poderes, levar avante, continuar em oração, clamar a Deus dia e noite. Infelizmente, muitos hoje caíram num modo de falar não bíblico, como se todas as suas lutas e diligências fossem antes de suas conversões e agora, como cristãos, tudo é paz e tranqüilidade.
Sem dúvida, alguns hipócritas dirão que constantemente procuram mais de Deus, de Cristo e da santidade, mas um hipócrita não procura, de fato, coisas espirituais, por amor a elas mesmas. Ele sempre tem uma razão centrada em si mesmo. Ele quer melhores experiências espirituais pela auto-confiança que trazem, ou porque lisonjeiam-no como um favorito de Deus. Quer sentir o amor de Deus por ele, em vez de ter maior amor por Deus. Por saber que os verdadeiros cristãos devem ter certos desejos, ele os imita. Entretanto, um desejo por experiência, ou por um sentimento do amor de Deus, ou pela morte e o céu, não são os sinais mais confiáveis de um verdadeiro cristão. O melhor sinal é um desejo por um coração mais santo e uma vida mais santa.
Continua no próximo estudo.....
—————